16/08/2020 | Por Daniel Grandesso
Se alguém chegasse e te perguntasse, lá pelos 15 de dezembro de 2019: – você aceita passar um ano sem disputar os títulos importantes do ano pra que seja possível uma reformulação total do elenco?
Você diria não.
E se te perguntassem: – mas além da reformulação, que passará por usar os bons jogadores da base, que sempre só serviram pra ser vendidos, e de afastar os acomodados, ainda vai ser possível vingar aquele assalto de 2018?
Alguém aí ainda ia dizer não?
Pra quem não se lembra, o Felipão chegou ao Palmeiras em 1997, e ali começou a montagem do elenco que – 2 anos depois – seria campeão da Libertadores pela primeira vez na nossa história.
Imagina se depois do vice campeonato brasileiro de 1997, o Bigode tivesse sido dispensado?
Avançando um pouco pro texto nao virar um livro, chegamos então em 2015, depois de um 2014 tragicômico, em que o Palmeiras dependeu de um rival pra não ser rebaixado pela segunda vez em 3 temporadas.
E o Palmeiras, depois de 7 anos, chega à decisão do Paulista e perde pro mesmo rival que salvou a nossa pele 4 meses antes.
Pra muitos palmeirenses, a derrota na final pro Santos era pra implodir o clube, mandar todo mundo embora, Dudu pipoqueiro e blá-blá-blá…
Oswaldo de Oliveira de fato não resistiu e poucas rodadas depois da perda do estadual, deu lugar ao Marcelo ligação-direta Oliveira, que vinha de 2 títulos nacionais seguidos, com um futebol muito bem jogado.
E veio o título da Copa do Brasil, na base do chutão e na raça e, mesmo assim, lá foi o Marcelo Oliveira dar lugar ao Cuca com menos de 1 ano de trabalho.
Cuca chegou em 2016 e dentre outras, perdeu as 4 primwiras partidas e ainda levou um 4×0 do Água Santa, e o Palmeiras de novo não passou pelo Santos na semifinal do Paulista.
Imagina se tivessem dispensado ele logo no começo do BR, o que seria do título brasileiro de 2016?
Vejam a lista dos últimos treinadores e o tempo de clube, só pra economizar mais 4 ou 5 paŕagrafos:
Ricardo Gareca (2014), Dorival Júnior (2014), Oswaldo de Oliveira (2015), Marcelo Oliveira (2015-2016), Cuca (2016), Eduardo Baptista (2017), Cuca (2017), Alberto Valentim (2017), Roger Machado (2018), Felipão (2018-2019), Mano (2019) e Luxa (2020).
12 treinadores (11 diferentes) em 7 anos, sendo que em 4 desses o Palmeiras foi campeão (15, 16, 18 e 20) e, mesmo assim, teve troca de treinador. Pelo menos 1, até o absurdo de 3 treinadores trocados num mesmo ano.
E aqui chegamos vendo de novo palmeirense cobrar a cabeça de treinador com menos de 6 meses de trabalho – sim, porque tivemos 90 dias de paralisação total do Mundo, tão lembrados? Na prática, estamos na segunda quinzena de maio.
8 – OITO – dias depois de um título em cima do maior rival…
Quando é que foi que o palmeirense foi acometido dessa angústia precoce em que tudo que se conquista já não tem valor dias depois, em que as mudanças no elenco tem que surtir resultado imediatamente, senão é pé na bunda do treinador?
Tem gente pedindo a cabeça do Vanderlei desde a Florida Cup e olha que era um torneio amistoso, que o Palmeiras venceu, em cima do Gambá e, meses depois, mais um título em cima do Gambá e #foraluxemburgo???
Exagros à parte, que o Palmeiras tá devendo futebol é uma unanimidade. Nessa, nem a Ana Thaís conseguiu errar.
Mas daí a trocar o treinador com 2 rodadas no BR, depois de ter sido campeão em cima do maior rival, não dá, né?
Depois de anos, vem um treinador que não precisa mais provar nada dentro do clube, que se dispõe a tirar os acomodados do time e colocar os moleques da base no time titular, e mesmo assim não querem ter a paciência necessária pra esse tipo de transição.
A renovação desse elenco não vai acontecer da noite pro dia. Até 10 jogos atrás o Palmeiras dependia 90% do Dudu, como aconteceu em 2018 e em 2019, e ainda está sendo buscado um estilo de jogo pra suprir essa ausência.
Tem muito jogador que de unanimidade já ganhou status de negociável com o Vanderlei, basta olhar pro banco do Palmeiras, e até fora dele, né Scarpa, que você já vai saber quem são.
Agora, não vai ser trocando de treinador a cada 6 meses que esse time vai finalmente jogar bola.
Nem com Vanderlei, nem com Guardiola.
Então, palmeirenses, não acham que depois de vingado o assalto de 2018, era hora de ter calma pras mudanças de filosofia e de peças que esse time precisa possam acontecer?
Vocês podem até não gostar do Vanderlei, do futebol que o time está jogando está claro que ninguém está gostando, mas trocar mais uma vez de treinador no meio da temporada não irá resolver nada.
Então, segura essa emoção porque é hora de acreditar no Pojeto. Mesmo que você não acredite.
FORZA LUXA!
AVANTI PALESTRA!