17/07/2020 | Por REDAÇÃO AMICI
Nunca a torcida da Sociedade Esportiva Palmeiras ficou tanto tempo distante da sua maior paixão. O confinamento imposto pela trágica pandemia nos privou de inúmeros hábitos, amigos, espaços, situações, pertencimentos que tínhamos como rotinas em nossas vidas. Entre eles, o nosso amado futebol.
A bola volta a rolar pelo Campeonato Paulista e coloca frente a frente os dois maiores rivais da história do futebol brasileiro. Palmeirenses e Corintianos no próximo dia 22 de julho, no gramado de Itaquera, escreverão mais uma página desse confronto centenário.
Em qualquer circunstância, seja num par ou ímpar, seja na disputa de um título, o verde e branco é a contraposição alvinegra, e vice-versa. São bandeiras que não se misturam. São dois lados de uma mesma moeda. A grandeza de um é o impulso para a superação do outro. Torcidas apaixonadas pelos seus pavilhões que se agigantam para defender as suas cores, valores e posições com toda força e energia.
O Derby divide a cidade e mobiliza todas as atenções. O ambiente nas duas instituições ferve em suas entranhas na semana de um clássico. O jogo em si é sempre cercado de uma dramaticidade poética. A semana após os 90 minutos se estende pelas prosas e galhofas acaloradas nos botequins, padarias, esquinas, escolas, trabalhos, crônica esportiva e redes sociais.
É da natureza palestrina gostar de não gostar do time alvinegro do Parque São Jorge e das coisas que se relacionam ao nosso maior rival. Trata-se de um legado que herdamos e nos dá prazer. Procuramos cultivar por entre gerações, de modo intenso e verdadeiro.
Essa animosidade esportiva é um retrato de uma velha São Paulo, do início do século passado, composta por vilas imigrantes e operárias, que através do futebol impôs uma cultura popular e feição peculiares na alma dos brasileiros e, em especial, dessas duas coletividades.
Essa herança genética que palmeirenses e corintianos carregam desde 1917 é um sentimento quase impossível de se definir em algumas linhas ou crônicas. Vive-lo é algo especial e transformador. A vitória representa o céu. A derrota um inferno escaldante. Até o empate, para qualquer um dos lados, tem desdobramentos. Não há meio termo.
Num momento tão dramático e cheio de incertezas da humanidade, nada melhor que um Derby para mexer com as emoções e trazer uma luz de esperança na vida dos torcedores. O Derby é o jogo dos sonhos de periquitos e mosqueteiros. O maior e mais aguardado de todos os embates. Auguramos sempre que não seja um pesadelo para as nossas amadas cores. Que a vitória seja palestrina, mais uma vez. É o que desejamos e torcemos. Assim como manifestamos todo o sucesso desse novo projeto do Amici 1914 que se inicia para fortalecer ainda mais a vida palestrina.
VIVA O DERBY!
VIVA O PALESTRA!
VIVA O AMICI 1914!
Texto enviado pelo jornalista e historiador palestrino Fernando Razzo Galuppo
De Palmeirense para palmeirense.