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NAU À DERIVA

27/10/2020 | Por Taylon Moro

Foto por - Reprodução: OneFootball

A gestão de futebol do Palmeiras, capitaneada pelos senhores Maurício Galiotte e Anderson Barros, é um escárnio com o torcedor. Sem meias palavras, sem quaisquer justificativas, sem fugir da pauta, sem deixar terminar em pizza: É CONSTRANGEDOR o que acontece no futebol do Palmeiras, principalmente desde dezembro de 2019, de modo que desonre a paixão incessante do palestrino que, mesmo após cada tropeço, insiste em manifestar seu afeto ao clube.

A demissão de Felipão, ídolo do clube e recém-campeão brasileiro, após a derrota para o Flamengo por 3-0 em 02/09/2019, deveria servir para uma mudança de rumo em relação à cobrança de futebol. Queimar um dos comandantes mais vitoriosos do clube e do futebol brasileiro pela queda momentânea de desempenho e resultados deveria estimular a procura por um nome que pudesse elevar o futebol do clube de fato, com perfil mais jovem e que pudesse revolucionar a metodologia de treinamento, com atenção aos jogadores da base em crescente.

Posteriormente, as críticas aos gastos exorbitantes e a contratação de Mano Menezes (e rapidamente demissão) como substituto de Felipão resultaram na queda de outro nome forte: Alexandre Mattos. A saída deste, que foi referência para traçar os rumos de nosso planejamento por 5 anos, por conta de seus excessos financeiros e descaso com a base, fez com que Maurício Galiotte anunciasse o nome de Anderson Barros para a direção de futebol em dezembro, após negativas de Thiago Scuro, do Red Bull Bragantino e Diego Cerri, do Bahia, sem que Barros já tivesse apresentado, em sua carreira, um período de gestão digna para ser alternativa ao Maior Campeão do Brasil, ainda mais para substituir um nome como o de Mattos, que gozava de inquestionável força no mercado. Naquele momento, as constantes mudanças no comando técnico, com estilos dos mais variados, e a falta de planejamento já sinalizavam a posição de descrédito do Palmeiras no mercado para a contratação de profissionais.

A mudança necessária de rumos ficou apenas no discurso. Galiotte prometia se adequar à nova realidade do futebol e reencontrar o DNA ofensivo do clube, palavra repetida exaustivamente e, pelo que é evidente, de forma totalmente vazia. O nome de Jorge Sampaoli, após bom trabalho, chegou a estar próximo de ser anunciado. Contudo, altas exigências salariais incitaram a recusa da diretoria em contar com o técnico argentino, e com razão. Tal fato deveria, naquele momento, indicar que havia um rumo na procura por um profissional, com uma linha de pensamento semelhante e com potencial pra realizar grande trabalho. Porém, Galiotte, como o covarde que foi se apresentando, buscou um escudo político para agradar a patota da pizza e o casal Crefisa: Vanderlei Luxemburgo.

Vanderlei, que apesar de ídolo do clube, não realizava bom trabalho há 12 ou 16 anos. Sabemos o que aconteceu, apesar do título paulista sob rivais de nível baixo de futebol. O único mérito aparente, a utilização dos garotos da base, foi forçada pelo desempenho muito acima da média destes, se não, seriam descartados. O resumo: erros, desculpas, subutilização do elenco, péssimo desempenho e total falta de rumo, manifestada sob um olhar perdido do presidente em coletiva dada há poucas semanas.

A situação, além disso, se agravou pelo total destrato com a torcida durante o período, tratando o torcedor muitas vezes como adversário político, como se viu em muitos comunicados e manifestações indiretas da Diretoria. Acabou que a insustentabilidade da situação fez com que Galiotte apelasse para tirar o discurso de novo do armário. DNA ofensivo, mudanças, e total falta de crença naquilo que falava. Por isso, foi na onda do momento.

Tentou Miguel Ángel Ramirez, que faz grande trabalho no Del Valle. Por acreditar em suas ideias? Não, apenas por vencer Corinthians e Flamengo desde o ano passado. Não deu certo, devido ao não convencimento do treinador, muito pela inconstância do futebol brasileiro, manifestada de forma clara pela diretoria palmeirense, que, apesar de toda estrutura, nunca apresentou um projeto de continuidade de futebol. Mudam-se os nomes, não muda a atitude e a organização.

Depois, diversos nomes, dos mais variados países, perfis e formas de ver o futebol foram noticiados. A imprensa latino-americana divulgou que Ariel Holan e Sebastián Beccacece, com trabalhos em andamento, negaram a proposta palmeirense. Logo após, a procura por Gabriel Heinze, técnico amplamente pedido pela torcida, que levantou a hashtag entre os principais assuntos mundiais, também resultou numa negativa do argentino, que não quis abrir negociação, pelo que consta até aqui, muito por conta da falta de confiança em um respaldo da diretoria a longo prazo e pelas interferência políticas constantes no vestiário do time.

Dito isso, o atual contexto que envolve a gestão de futebol do Palmeiras é uma calamidade. As decisões técnicas, que envolvessem critérios de análise séria dos rumos do clube, foram substituídas por escolhas totalmente políticas, com base na benção da patrocinadora e na formação de um patético e ineficiente Conselho Gestor, que de gestão nada entende e de bola muito menos.

Além disso, é notável a péssima comunicação do clube, que não age de forma transparente e responsável em relação às escolhas que busca fazer e ao que busca passar ao seu torcedor e à imprensa, alimentando boatos que se multiplicam e apenas prejudicam qualquer caminho que se busca tomar. Ao contrário, se vê uma gestão acovardada, que recorre às desculpas esfarrapadas, como a queda de internet em coletivas, para não se pronunciar devidamente e responder os questionamentos necessários.

Há uma célebre frase, repetida por historiadores, que diz que “A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”. Talvez, no nosso caso, tenha ocorrido o contrário. A farsa envolvendo nosso comando técnico, com decisões contestáveis há tempos, sempre foi bastante nítida. Um presidente que só aparece para comemorar títulos ou reclamar de arbitragem, se escondendo em treinadores vitoriosos e em justificativas obsoletas para se apresentar à torcida e imprensa. Um diretor totalmente incapaz de fazer qualquer negociação, dado seu histórico de limitação profissional e também por conta da bucha que pegou ao assumir um clube com seu trabalho limitado, também por questões políticas.

Por isso, a tragédia estamos colhendo agora. O fruto não caiu longe do pé. Um clube que era um dos mais bem-vistos da América, com arena própria, patrocínio forte, finanças em dia e forte categoria de base passou a ser aquele que não consegue mais atrair bons profissionais e se postar entre os grandes do país. Parece que voltamos 6 anos no tempo a partir das assinaturas de Anderson Barros e Vanderlei Luxemburgo, no fim do ano passado. A questão, antes de pensar em nossa imagem diante do cenário nacional, deveria ser: é esse clube que Maurício Galiotte quer oferecer ao torcedor? Os treinadores passaram, muitos jogadores criticados pela torcida saíram, ficou a incompetência e a inaptidão para levar o clube para frente, sem que sua imagem fosse maculada. O campo, após meses de péssimos movimentos de gestão, não falou, ele gritou. Estamos à deriva, como há muito tempo não víamos, e como não mais esperávamos ver, depois da retomada de nossos sucessos e de nosso domínio, voltando a manifestar nossa grandeza na última década.

 E agora, José?

E agora, Maurício?

AUTOR

Taylon Moro

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Comentários:

Jackson leão
Presidente inexperiente que não sabe onde é o endereço do nosso VERDÃO, e um diretor( diretor?) Que não sabe fazer uma contratação. É esse o descaso que esses dois idiotas, aliás, três, pois o senhor CÍCERO, é outro come- dorme dessa corja de inúteis.
ADEMIR BARICELLI
Caro amigo Palmeirense Vamos torcer para não vir nenhum estrangeiro no camando técnico Ou deixaremos o Cebolinha. Ou vamos naufragar. Fica Cebolinha , pois só assim vamos resgatar a imagem do Palmeiras Vamos dar a resposta no campo. Ainda somos a academia de futebol!
Lamartine Pimpinatti
Grande Taylon! Belo texto. A situação é extremamente preocupante!!! Galiotte está se mostrando ser pior que o Tirone, infelizmente!
Pedro Paulo Vaz
O situação é muito preocupante. E a Nau está realmente a deriva, a próxima que vai arranjar um jeito de pular fora é a Leila. Na hora que a imagem da Crefisa e dela forem colocada na mesma panela, iremos ver o caos. A incompetência é gigantesca, devemos começar ontem uma campanha em prol de Paulo Nobre. Somente ele pode salvar o Palmeiras dessa situação. Quanto a Leila vamos ter que dar mão a palmatória e concordar com os que eram contra sua posição e sua postura de sugar ao máximo uma paixão de uma família gigantesca.
Andre Luiz
Parabéns pelo texto!! Reflete claramente o sentimento do verdadeiro torcedor Palmeirense. Que situação que chegamos, ou melhor a que situação retrocedemos. Muito preocupante!!
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